sexta-feira, 18 de março de 2011

Ser mulher.

"E ninguém tem o mapa da alma da mulher."

Nós mulheres somos feitas para o mistério, para a inquietação e para despertar o desejo que há dentro de cada homem.
Somos a sedução em carne, a sensibilidade, a vontade. Pele, química, cheiro...
Representamos a parte verdadeira do ser humano, aquela que não tem medo de chorar, rir e expor ao mundo o que somos. E talvez por isso, por essa coragem, grande parte de nós vive só, sofrendo, chorando, sem um amor. Mas essa grande parte de mulheres são 'homens' o suficiente para exprimir esse vazio que as habitam. Mulher, o chamado 'sexo frágil', o poço de emoções, as rainhas da fé, as melhores parceiras... A espécie hipocritamente julgada de frágil... Somos sorriso,  desejo, alegria, simplesmente somos o que homens temem ser, somos mulheres.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Atordoadamente real

Três da manhã, uma mulher sentada em sua escrivaninha pensando e escrevendo sobre a  vida.
Seria normal, se ela não fosse eu.

Apesar de parecer uma mulher normal, eu sei que não sou. Tenho vontades loucas, escrevo milhões de vezes os mesmos textos e aprendi a conviver com a solidão. Sim, a solidão, aquela que em você pode bater, doer, machucar, mas que comigo é diferente, passamos do estágio de massacre e convivemos bem. Há onze anos. Eu sei que posso parecer uma louca, atordoada dizendo conviver em harmonia com aquilo que massacra todo o resto, mas é o que digo, apesar de parecer normal, eu sei que não sou. Mas sou humana e também preciso de afeto, de pessoas ao redor. Mas sei que pessoas se vão e mentem, machucam e atordoam muito mais que a solidão. É estou sendo narcisista, são três e cinco da manhã, pessoas normais dormindo e eu sentada na minha escrivaninha com uma taça de vinho e a Marisa (Monte) cantarolando ao fundo... Mas eu precisava tirar esses pensamentos estranhos da cabeça e colocar em um texto sem sentido. Quem sabe alguém no mundo não se alivia ao ler isso e ver que tem um outro alguém mais louco por aqui?!

Ao som do rei

E no embalo de uma música do rei eu me sentia abraçada por braços fortes cheios de afeto. O rei cantarolava, nós dançavamos, ele dizia em meu ouvido palavras que qualquer mulher sonha em ouvir, palavras que poderiam ser ditas em vários outros momentos, mas aquele era especial,único. Ah! aqueles braços, aqueles abraços. Faziam com que eu esquecesse tudo que acontecia ao meu redor, e enquanto eu estava ali vivia um momento lindo. Em meu íntimo pedia "canta rei, canta! Eterniza esse momento com tua voz!" E ele estranhamente me atendia, repetia aquele refrão inúmeras vezes e alí tudo que eu sempre sonhei estava acontecendo, eu estava sendo amada como num conto de fadas. Mas a noite acabou, ele, o homem dos braços fortes e dos melhores abraços se foi, não deixou nome, telefone, nada. Deixou a saudade e a vontade de viver outro momento lindo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Palavras trocadas, inquietações;

E essa imensidão me assombra. Eu sei que não estou perdida. Tudo parece muito perfeito, desconfio de perfeições, tudo parece estar no lugar, está tudo quieto demais. Sou um ser da desconfiança, do questionamento. Gosto de coisas profundas, intensas, verdadeiras. O lugar onde me encontro não é meu, e sei que o meu lugar de fato está vago nessa imensidão chamada vida. E não canso de procurar, mas tentando adaptar-me ao que tenho. É difícil, é. Mas sou humana, é dos meus extintos adaptar para viver. Enquanto essa inquietação me faz pensar, o vento balança minha cortina, é um vento frio como a saudade de tudo que já fui, vez ou outra essa inquietação bate, a vontade de chorar me consome e eu quero no dia seguinte procurar meu lugar no mundo, mudar toda uma vida, reescrever a minha história e começar 'do zero' e ver onde vou chegar. Sou humana, pago para ver, quero mudar mas não sei por onde começar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Depois de você

E eu não sei quantos papeis rabisquei e joguei fora por achar que o que escrevi nunca era o suficiente para demonstrar o que acontecia dentro de mim. Eu era um vazio que continha todos os sonhos do mundo. Nunca me achei mulher suficiente para amar novamente. Depois de você.
A minha vida se desfez em pedaços de ilusão, dias caóticos, cigarros espalhados e garrafas pela casa. Nunca pude imaginar que era você o que sustentava o edifício todo, logo eu, tão segura... Depois de você a vida perdeu aquele gosto apimentado e toda a energia que tivera outrora. Desmoronei, fracassei, joguei meus sonhos pela janela e bati a porta. Tranquei-me no meu vazio, acostumei-me com a solidão. Tudo isso depois de você.
O tempo passou, e agora vejo que errei. Errei por amor, por amar e por me entregar. Enxergo com outros olhos a vida depois de você. Agora escrevo para mostrar o mundo que sou mulher o suficiente para mostrar o que sinto. Os sonhos foram atirados pela janela, mas me esperaram na porta, sem pressa. E quando abri lá estavam eles, cansados de esperar, mas estavam lá, me invadiram e me transformaram no que sou. Sim, a vida mudou, mudou para melhor depois de você.

domingo, 13 de março de 2011

Ana



Uma taça do vinho que ele esquecera, três cigarros e ali estava feita uma nova mulher. Ana. Trinta, um coração angustiado duas lágrimas escorridas e um amor que se foi.
Uma biografia peculiar, uma mulher com mil e um segredos, duas mil máscaras. Ana jamais deixara claro em sua face o que sentira, o que queria. Parecia frígida, incrédula, inalcançável. Mas amava, e amava muito entregava-se ao amor como uma crinaça indefesa e na mesma proporção que amava, sofria. Sofria Ana por amar calada? Sofria por amar demais? Que angústias aquele coração que mais parecia uma tesouro intocável trazia com aquela mulher? E esse amor que a deixou, quais foram os motivos para tal abandono?
 Ana, mistério, trinta, desejos insaciáveis, uma mente de mulher, um coração de criança.
Uma página virada.
Ela resolvera ser uma nova mulher, escolhera fazer de sua experiência um aprendizado, optou por não colocar sentimento em nenhuma relação a partir daquele momento. Fumou mais um cigarro, jogou as cinzas pela janela e deu boas vindas ao que e quem estavam por vir.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma lady peculiar.

Todos os humanos são atraídos por mim. Não é algo que seja satisfatório, porque sempre optei por ser discreta. Não gosto que usem meu nome, meus efeitos em vão. Gosto de coisas lentas, conquista com sabor de pimenta, adoro perigo, sou perigo. Todos me querem, todos aclamam para um dia me sentir. Mas não sou fácil de ser conquistada, gosto de verdades sem meio termo, gosto de gostos, gosto de gostar, saboreio a contradição.Entrego-me fácil a quem me aceita com todos os meus atributos, entrego-me a quem sabe que no fim ficará sozinho, entergo-me a quem descobre que sou a paixão.

Deixou ser.


Sentada em sua cama, ela lê um livro de Clarice Lispector. Ela está concentrada, seu celular vibra. No visor uma mensagem, era dele. Ela faz cara de surpresa, borboletas surgem na barriga, sentimentos no coração, e dúvidas na cabeça. O que ele queria? Mais uma vez fingir ter errado o destinatário para mecher com ela? Dizer que sentia saudades para vê-la enviar todos os seus sentimentos por pequenos torpedos? O que aquela mensagem tinha a dizer? A moça insegura então decidiu desvendar o mistério, abriu a mensagem, e lá continha um apelo de saudade e um pedido de encontro. Ela não se sentiu surpreendida com ele, e sim com ela, que se sentia segura o suficiente para dizer que não sentia o mesmo e recusar aquele pedido por mais que seu coração pedisse o contrário. A moça foi contra seu coração, mas ela sabia que apartir daquele momento estava liberta para amar, re-amar ou descobrir o que é o amor. Ela deixou-se ser, e não estava arrependida.

domingo, 6 de março de 2011

Aguardar

Eu espero por algo avassalador na minha vida. Algo que traga uma onda de coisas boas, que me faça ter coragem de tirar os objetos que de alguma forma lembram você, alguém que tire o seu cheiro do meu corpo, a sua alma da minha casa e varra as cinzas do meu coração. É a espera pelo novo, a ânsia de querer acertar desta vez, fazer diferente, sentir o gosto doce do amor. Esse alguém precisa me fazer sentir viva, completamente perdida, completamente apaixonada. Erroneamente apaixonada, ou não. Espero por alguém que me faça fazer loucuras, que me faça sorrir... Nada de chorar, sentir demais, amar demais! Sentir levemente, sonhar se possível, viver...
Quero jogar as cartas no lixo, as fotos no vento. Eu quero tudo novo, de novo. O novo me fascina, o mistério me agrada e a espera me motiva.
Esse alguém tarda a chegar, mas eu aguardo anciosamente a chegada que irá revolucionar a minha vida por um tempo, ou para sempre. Eu simplesmente aguardo.

terça-feira, 1 de março de 2011

A mulher que não acreditava.

Ela andava pelas ruas como alguém normal. Ela era normal, ou não. Buscava amor e felicidade assim como qualquer ser humano busca. Mas ela tinha algo diferente. Em suas palavras deixava ecoar mistério, pregava ideologias batidas, acreditava que o mundo era dela, e que talvez ela fosse eterna. A mulher era mistério demais para quem a encontrasse nas ruas. Bastava olhar para ela que sentia algo diferente, uma energia incomum. Tão pequena, com um semblante tão suave... Por que tanto mistério, tanta descrença? Aquela mulher seria mesmo eterna? Ela tinha um amor? Ela lembrava do seu passado? Ela tivera um passado?... Ninguém sabe. Talvez nem ela saiba. Sabe-se que ela busca por um amor e uma alegria eterna os quais ela não encontrará em frases feitas e goles de cerveja. Se um dia essa mulher-mistério quiser de fato amor e alegria eternos ela terá de furar sua bolha de utopia e ter de aceitar que acima dela existe alguém chamado Deus.



"A minha fé ri das suas impossibilidades." Caio F. Abreu