domingo, 24 de outubro de 2010

Última carta

E é neste imenso vazio que coloco minhas palavras que não atingem a quem devia. Que não passam de balelas, sentimentos, utopias.
E o cansaço me invade, faz-me desistir. Parar.
Conformar-me com a realidade. E apagar a tatuagem que fizeste em meu coração. Ficará a cicatriz, e será só mais uma cicatriz.

[Patrícia Vidão]

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Muito além da janela

O dia estava ensolarado, ela o espiava pela janela de seu quarto. Ele estava lindo, pensava. Ao vê-lo, inúmeros sentimentos invadiram corpo e mente. O maior desejo daquela mulher era pular nos braços de seu amado e ali mesmo na avenida dar-lhe beijos calorosos, seus melhores beijos. Ela estava apaixonada. Mas, aquele rapaz, dono de todo seu amor e desejo, nem imaginava que ela estivesse ali, naquele lugar, naquele momento. E só restava então a ela imaginar, se ele a visse ali, qual seria a reação dele, o que aconteceria?

domingo, 10 de outubro de 2010

Por que tantas queixas? Por que reclamas tanto dos antigos amores? 
Sente-se a vontade para contar dos disprazeres de sua vida logo para mim ?
Não percebeu o quanto o admiro, o quanto te quero bem ?
Não notou o quanto me machucas ao contar todas as suas paixões?
Note, porque no fim não é somente você com suas memórias e suas cicatrizes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Regresso

Eu desejo tanto que voltes. 
Que venha de qualquer jeito, que volte chorando pelas decepções da vida, que volte sorrindo...
Só peço que volte. Pode ser que demores. Pode ser que já esteja a caminho.
Eu espero o tempo que for. Dede que regresse e venha ocupar um lugar que é teu. Ele esteve por todo este tempo vazio. A tua espera. 
Portanto, volte!
Não olhe para os lados, venha sempre em frente. No final do percurso estarei te esperando.
Só peço que ao voltar, traga contigo meus sentimentos e junto a eles a rosa que lhe atirei ao ir embora. E quando por fim me encontrar, solte aquele sorriso bobo, me abrace e me convide para mais uma vez amar.

[Patrícia Vidão]

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ausência.

Lá fora a chuva cai...
Aqui dentro as lembranças veem á tona. O vazio da casa, a ausência de alegria e a falta de vontade de mudar. Não sei o que acontece, só não quero mudar. O vazio me consome, a nostalgia entra e bate a porta e as lágrimas permitem que cada sentimento ruim faça morada. As perguntas as serem feitas ao me ver não é 'O que houve?' 'O que há?' e sim, O que falta?


[Patrícia Vidão]

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mil acasos.

E tudo aconteceu tão rápido. Uma troca de olhares, um sorriso, um beijo e ele já tinha a chave da casa e do coração.
O amor havia chegado, batido a porta daquela mulher. Mas da forma como ela nunca planejara. O acaso. Ela iria esperar pela ligação dele no dia seguinte. Ela queria mais. E ela esperava sentada em sua varanda o toque do telefone diariamente. Mas uma dúvida iria carregar consigo para sempre : Quais maravilhas a esperavam se ela não tivesse se protegido tanto.



[Patrícia Vidão]

domingo, 3 de outubro de 2010

Uma nota.

Um quarto, uma mulher, um sentimento.

Ela estava deitada em sua cama segurando contra o peito uma fotografia. Dos olhos, lágrimas desciam. Do coração, saudade pulsava. Dos pensamentos, os mais complexos questionamentos. Dos lábios, silêncio.Vegetava em seu íntimo. E se deixava dilacerar pela culpa.
Palavras não ditas, sonhos não realizadas, planos que não sairam da mente. E agora, iam embora levando com eles o sorriso, a alegria daquela mulher.
Ela fora abandonada. 
E ninguém mais além dela tinha culpa naquela situação. Ela sabia que errou demais. Errou por colocar sentimentos na história.



[Patrícia Vidão]