segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pequeno pássaro

Tinha uma carreira perfeita. Conhecida mundialmente, fotógrafos, jornais todos aos seus pés. Todos os homens do mundo a desejava. Um talento sem igual. Cantava como um pequeno pássaro cantarolava nas manhãs ensolaradas de sábado.  
Para o mundo era uma mulher feliz possuía automóveis e imóveis de alto custo. Era objeto de inveja para todas as mulheres do país. Mas essa nunca fora a carreira que sonhara.
Desde criança seu sonho era constituir uma família e ser feliz ao lado de seu amor até a morte. Mas o destino pregou-lhe uma peça e fez com que ela transforma-se naquela mulher.
Apesar de ter tudo e todos aos seus pés ela era infeliz. Sentia inveja ao ver nas ruas mulheres levando seus filhos para passear e saber que nunca poderia ter aqueles hábitos. Não tinha tempo para filhos, família, relacionamentos.Sua vida resumia-se a viagens, shows. O único tempo que tinha para sonhar com um futuro que ela escolhera era na hora de dormir. Dormia tarde por dedicar grande parte de suas madrugadas a suas utopias. Estava ciente que eram apenas sonhos e que não iria realiza-los. Não nesta vida.
Certo dia convocou uma coletiva de imprensa e decidiu dar fim em sua carreira. O mundo abismou-se com aquela decisão. Ela não explicou os motivos concretos para o abandono de sua vida artística.
Foi então que viajou para França em busca de paz. Em seu segundo dia na cidade de Paris, foi até a Torre Eiffel levando consigo uma caixa a qual guardava todas as suas lembranças de infância. Seus diários, seus recortes. Sentou-se em frente a torre e colocou-se a ler tudo que escrevia. Pegou-se chorando de saudade. Chegou a conclusão que não seria feliz nesta vida. Abandonou a caixa ali mesmo em frente a torre e saiu caminhando para o hotel. Lá, tomou remédios e dormiu. Um sonho profundo e eterno.

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