sábado, 3 de julho de 2010

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Era uma noite fria. Ele estava sentado diante o mar. Sentia o vento gelado bater em sua face como se estivesse agredindo. Sentia também lágrimas geladas escorrerem pelo rosto. Elas ardiam. Mas não maltratavam tanto quanto a dor que ele sentia em seu coração. Ao ver cada onda quebrar no mar, sentia como se parte de seu coração quebrasse também. Ele estava só. E se arrependia muito do que fizera a horas atrás. Como poderia agir tão brutalmente? como poderia ter mentido por tanto tempo? como conseguira ser tão falso?. Ele não possuía as respostas para todas aquelas perguntas. Ele estava arrependido. Mas nenhum arrependimento poderia mudar o trajeto de sua história. E não restava mais nada a fazer apenas olhar o mar, chorar e chorar. Ele não sabia o rumo que sua vida iria tomar depois daquele dia. Como seria no trabalho, com a família e ate mesmo consigo. Ele estava verdadeiramente preocupado com o que aconteceria com sua vida depois daquele dia. Talvez este momento fora o único de sua vida que ele tinha uma preocupação verdadeira. Foi então que ele olhou para o mar fixamente, levantou-se e saiu. Caminhando sozinho...



[Patrícia Vidão]

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